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Glaucoma

Publicado em 20 de janeiro de 2016.

O glaucoma é uma das mais graves doenças oculares. É responsável por cerca de 10% dos casos de cegueira e pode acometer desde recém-nascidos até idosos.

A causa do glaucoma ainda é desconhecida, sabe-se que trata-se de uma doença na qual o nervo óptico é lesado. Inicialmente, acreditava-se que o aumento da pressão intraocular (PIO) danificava o nervo óptico, e esse é o conceito que muitos guardam até hoje. O aumento da PIO é o principal fator de risco para o aparecimento do glaucoma, mas não é o único. Também existem outros fatores de risco, como idade maior que 60 anos, portadores da doença na família, pele escura e diabetes. Recentemente, têm sido formuladas outras hipóteses para explicar a lesão do nervo óptico no glaucoma, como alterações anatômicas do olho. Também estão sendo descobertos vários genes relacionados ao glaucoma, o que reforça o componente hereditário da doença e a necessidade de avaliações frequentes nos familiares de portadores de glaucoma. Em resumo, não existe uma causa isolada para o glaucoma, o aparecimento da doença resulta da combinação dos fatores acima, e de outros que venham a ser descobertos no futuro.

Mas como se faz o diagnóstico de glaucoma, e como desconfiar da doença? Aqui está um dos maiores problemas: o glaucoma não provoca sintomas. Ele é chamado de "ladrão silencioso", pois chega sem dar sinais, vai roubando lentamente a visão periférica de forma que não nos damos conta, e quando se faz o diagnóstico, pelo menos 70% do nervo óptico já está irreversivelmente danificado. A única forma de detectar o glaucoma é através de exames oculares: medida da PIO, exame do nervo óptico e exames complementares do olho. Todos são exames muito simples e indolores, e o conjunto dos resultados indicará a presença de glaucoma. Quanto mais precocemente for feito o diagnóstico e instituído o tratamento, maiores são as chances de sucesso.

O tratamento do glaucoma faz com que a doença progrida muito lentamente, de forma que o portador não perca a visão útil. Ele é feito basicamente através de colírios que diminuem a PIO. Continuamente, são lançados colírios mais eficientes, com mecanismos de ação diferentes, de forma que as opções são cada vez maiores. Mas em alguns casos os colírios são insuficientes, então opta-se por uma aplicação de laser ou pela cirurgia. Para a maior parte dos pacientes, colírios, laser e/ou cirurgia são suficientes. Com tudo isso, felizmente, de 1980 até hoje, o risco de cegueira por glaucoma caiu quase pela metade.

A melhor forma de se proteger da perda visual irreversível causada pelo glaucoma é fazer exames oftalmológicos frequentes: após os 60 anos de idade, deve-se consultar o oftalmologista ao menos uma vez por ano. O glaucoma não dá sinais até que a maior parte da visão já esteja comprometida, mas uma vez diagnosticado e tratado precoce e adequadamente, a maior parte dos casos é controlada. Aqueles que já têm glaucoma devem procurar evitar que a doença limite muito a sua vida. Pode-se - e deve-se - continuar com suas atividades cotidianas de antes do glaucoma ser diagnosticado. Apenas deve-se ser fiel ao tratamento, pois essa é a melhor forma de se conviver com a doença e tentar fazer com que ela não prejudique muito a visão.

Prof. Dr. Francisco Max Damico

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