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O que e quando fazer algo pela visão das crianças? As respostas para as dúvidas mais comuns sobre os olhos das crianças

Publicado em 10 de janeiro de 2016.

Quando nos tornamos pais, certas perguntas a respeito da visão das crianças são muito comuns: Quando devo levar meu filho ao oftalmologista? Como posso saber se meu filho enxerga bem? É normal meu bebê ficar estrábico às vezes?

Para ajudar a responder a estas e outras perguntas, explicaremos o desenvolvimento normal da visão na criança e quando podemos intervir para melhorar o que não está certo.

No recém-nascido, o sistema visual ainda é muito pouco desenvolvido. Conforme vão passando os meses e anos, o sistema visual vai amadurecendo até que, por volta dos 8 anos de idade, o desenvolvimento das funções visuais está praticamente completo e a criança deve enxergar como um adulto.

Ao nascimento, o bebê possui principalmente visão periférica. Nas primeiras semanas de vida, o recém-nascido não tem capacidade de fixar os olhos nos objetos ao seu redor, e é comum observarmos movimentos descoordenados dos olhos. Embora haja uma melhora muito rápida da visão nas primeiras semanas de vida, o bebê pode ficar momentaneamente estrábico até os 6 meses de idade, sem que isso represente necessariamente algo errado.

Por volta do primeiro mês de vida, o bebê já consegue fixar os olhos em alguns objetos que estão ao seu redor. Ele parece especialmente interessado no rosto da pessoa que o segura, olhando dentro dos olhos do adulto.

Aos 3 meses, ele já consegue fixar bem os olhos nos objetos, inclusive seguindo-os com os olhos. Com essa idade, o bebê "estuda" suas mãos e seus dedos por muito tempo, e já começa a virar a cabeça em direção aos estímulos visuais. Nesta fase, já é possível fazer uma avaliação oftalmológica, ainda que simples, mas que fornece informações essenciais que permitem ao oftalmologista diagnosticar problemas que ainda são tratáveis.

Com 4 meses, os olhos já fazem movimentos completos para todas as direções, o bebê acompanha as atividades ao seu redor e apresenta muitas expressões comunicativas. É comum notarmos desvio de um dos olhos (estrabismo) quando ele está adormecendo.

É por volta dos 6 meses de vida que o bebê adquire a capacidade de manter os olhos paralelos, e por isso é fundamental que ele tenha a melhor visão possível. Para tanto, caso seja necessário, o oftalmologista já pode prescrever óculos, tratar um eventual estrabismo, ou corrigir problemas como "pálpebra caída" ou catarata congênita. Para ajudar no diagnóstico de algumas doenças oculares, uma das coisas mais simples que podemos fazer é verificar se o reflexo vermelho que aparece nos olhos quando fotografamos os bebês está presente nos dois olhos. Se somente um olho apresentar o reflexo vermelho, o oftamlologista deverá ser procurado imediatamente para uma avaliação.

Aos 6 meses, os bebês observam os seus arredores, seguem com os olhos os brinquedos colocados próximos, reconhecem os brinquedos favoritos e os alimentos. Pequenos objetos os interessam dentro de um raio de 1 a 1,5 metro.

Entre os 9 meses e 1 ano de idade, já existe uma "atenção visual". Nessa fase também já tem início a visão de profundidade, que permite ao bebê pegar, cada vez com mais precisão, objetos distantes dele. Com essa idade, a maior parte dos bebês possui graus baixos de hipermetropia e astigmatismo, que regridem (e geralmente desaparecem) a partir do segundo ano de vida, sem que seja necessária nenhuma intervenção.

Crianças com 2 anos de idade podem reconhecer, à distância, brinquedos, objetos, carros, parentes e amiguinhos. Elas podem ter boa visão com um olho, porém o outro pode ter visão baixa. Por isso é importante medir a visão de cada olho separadamente, e isto pode ser feito em casa, como uma forma de brincadeira.

Aos 4 anos, as crianças têm visão normal, assim como a noção de profundidade. Nesta idade, é fundamental uma avaliação oftalmológica pois nesta fase, caso haja algum problema a ser tratado, geralmente o resultado é bom, fazendo com que a criança chegue aos 9 ou 10 anos com visão normal em ambos os olhos.

Ao redor dos 9 ou 10 anos, o desenvolvimento da visão está praticamente completo, e qualquer tratamento para melhorar um "olho fraco ou preguiçoso" a partir desta idade não produz resultados muito animadores.

Todo o processo de desenvolvimento da visão depende do estímulo visual adequado, ou seja, a criança precisa "enxergar bem" para desenvolver bem a sua visão. Qualquer obstáculo à formação de imagens nítidas em cada olho pode levar a um desenvolvimento visual inadequado, que será irreversível se não for tratado a tempo. E os pais são os principais responsáveis pela saúde (inclusive a saúde ocular) dos seus filhos, cabendo a eles prestar atenção a qualquer desvio da normalidade e fazer consultas de rotina, para que qualquer alteração possa ser diagnosticada e tratada a tempo.

Prof. Dr. Francisco Max Damico

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